Na abertura da ALE-AM, Wilson elenca prioridades para 2024 e diz que seca prejudicou arrecadação

O governador Wilson Lima (UB) disse que a baixa arrecadação no ano de 2023 foi agravada pela seca nos meses de setembro a outubro. Ele admitiu problemas para manter os pagamentos em setores estratégicos, mas assegurou que não haverá aumento de impostos para esse ano. Ele realizou, nesta quinta-feira (1°), a leitura da Mensagem Governamental com o balanço das ações realizadas pelo Governo do Amazonas, na abertura dos trabalhos da 20ª legislatura da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). 
Wilson Lima elencou como prioridades da gestão estadual neste ano a assistência social, manutenção dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM) e fomento à exploração mineral. O ano de 2023, para o gestor estadual, foi marcado por desafios que colocaram a prova a capacidade de planejamento do governo do estado, especialmente com nova gestão no governo federal, com mudanças significativas na política e macroeconomia brasileira. O cenário além das guerras também impôs problemas com consequências na economia mundial. 
 
Em âmbito estadual, o governo enfrentou a maior estiagem da história por conta do aquecimento global, que exigiu uma ação rápida para aliviar a situação de vulnerabilidade, especialmente, das famílias mais pobres. Além disso, ele lembrou que houve um impacto na arrecadação com a frustração de receita de R$1 bilhão, que forçou medidas de controle de gastos. 
Segundo Wilson, um dos impactos significativos nas contas públicas ocorreu de 2017 a 2022, quando houve aumento de quase 70% no valor da folha de pagamento em virtude do aumento da concessão de datas bases de servidores da área de saúde, educação e segurança pública, além da convocação de aprovados em concursos. 
“O ano de 2023 nos impôs um esforço hercúleo e também a necessidade de abertura de orçamento extra para que a gente pudesse atuar em três frentes importantes, porque na descida dos rios tivemos um impacto na economia, tanto os produtos que entram em Manaus, como os que saem, quanto os do interior”, justificou o governador. 
Desmatamento e as queimadas também marcaram as ações da gestão estadual. Nos meses de forte estiagem, a fumaça tomou conta dos municípios e da capital e foi necessário montar, segundo ele, uma força-tarefa para unir esforços. Wilson destacou a colaboração entre os poderes, especialmente o legislativo, que aprovou as ajudas de forma rápida. As forças armadas e o governo federal também foram destaques com a ajuda na logística e dragagem dos rios.
O governador destacou, ainda, ações planejadas para a habitação e segurança pública e admitiu problemas na administração da saúde. Segundo ele, os últimos meses tiveram a queda drástica de arrecadação e isso comprometeu os pagamentos do setor, mas afirmou que tem pessoalmente tratado do assunto com os gestores da saúde. 
Wilson ponderou que a saúde é “problema histórico” do Amazonas, mas destacou que no governo dele houve avanços como o transplante coclear e renais, feitos pela primeira vez. Além dos investimentos no interior como na implantação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). “Não tenho o menor problema de falar. Temos que avançar muito”.